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Exercício de Interpretação - Minha vida de cão

This is an an exercise to help Brazilian Portuguese learners to improve their understanding of the language with the use of texts. The text is called "Minha vida de cão" and you can find the link for the source below.


> Este é um exercício para ajudar alunos que estão aprendendo português brasileiro a melhorar a compreensão da língua com o uso de textos. O texto chama-se "Minha vida de cão" e você pode achar o link para a fonte abaixo.




Primeiro, leia o texto com atenção:


Minha vida de cão - escrito por Ariane Bomgosto


Pela frestinha da janela posso ver o sol entrar. Sinal que já é de manhã. Pior. Sinal que é hora de acordar. Não é que eu tenha preguiça. Afinal, preguiça de quê? Já sei que meu dia, como todos os outros trezentos e poucos dias que se passaram desde que vim ao mundo junto com os meus outros doze irmãozinhos, será mais um dia de sono, até que este mesmo sol, que vejo raiar agora, faça o favor de ir embora. Só nesta hora, enfim, poderei sair para passear, como também já é de costume.

Minha orelha esquerda levantou. Opa. Esta é a prova definitiva de que o relógio está marcando exatamente sete horas da manhã. Vamos lá. Um olho de cada vez. Primeiro o direito, lentamente. Deste ângulo, vejo dois pezinhos pequenos encostarem no chão. Dois seriam se eu não tivesse esquecido mais uma vez de abrir o olho esquerdo. Admito. A memória não é lá o meu forte. Pois bem, são quatro. Agora com certeza. Os dois de mamãe e os dois de papai. Demorei um pouco para me acostumar a chamá-los assim, afinal, mamãe e papai verdadeiros, não vejo desde que eu nasci. Eles ficaram na minha antiga casa, de onde fui tirado quando este casal, que agora vejo bem nitidamente, resolveu me adotar.

Eu gostava da “casinha de sapê” – nome que eu e meus doze irmãozinhos combinamos de chamar àquela casinha pequenina em que nascemos. Lá, tudo era pequenino e vivíamos todos amontoados, uns caindo por cima dos outros. Mas mamãe fazia com que tudo estivesse sempre aconchegante. Não estou reclamando da minha casa de agora. Aqui é bem maior e é pertinho da praia, onde posso fazer aqueles buracos na areia e me esconder depois. Já não me lembro mais nem do nome, nem da carinha daqueles doze danadinhos que nasceram junto comigo. Desta vez, não vou por a culpa na minha memória. É uma daquelas coisas explicadas por essas circunstâncias da vida que não têm explicação. Quando saí de lá, eu só tinha cinco dias de vida, então, dá um desconto.

Meu nome original - aquele que recebi quando nasci - é Joca, mas desde que cheguei aqui, percebi que os seres humanos demonstram carinho com nomes terminados em “inho”. Pois bem, passei a me chamar Binho. A única coisa de que não gosto muito é quando a mamãe – essa de carne e osso – fica apertando minhas orelhas. Fico logo bravo e mostro os dentes para ela. A outra mamãe – aquela de pêlos como os meus – não fazia isso.

Mas o que ainda estou fazendo aqui debaixo da cama? Me perdi nos meus pensamentos e nem vi a hora passar. Vou lá na cozinha porque mamãe, como todos os dias pela manhã, já deve ter posto o meu leite naquela tigelinha. Exagerada como mamãe, eu nunca vi. Tirou uma foto minha e colou neste pratinho. Achei meio infantil. Na verdade, acho que meu pai e minha mãe não se deram conta que a idade biológica de uma pessoa não corresponde à idade biológica de um cãozinho como eu. Portanto, com um ano e pouco, já sou adulto.

Eles saíram, foram trabalhar. Ainda não entendi por que os humanos trabalham tanto. Acho que quero ser um deles na minha próxima encarnação. Ou melhor, não quero não. Esta vida de dormir, passear na praia e brincar com os meus donos é muito boa. Se pudesse ser outra coisa na minha próxima vida, seria um cãozinho de novo, só que com menos pêlos, porque estes insistem em cair no meu rosto, e, quando esbarram no meu focinho, me dão vontade de espirrar.


Agora, responda:


1. Como o personagem sabe que já é manhã?


2. Ele diz que não tem preguiça. O que ele quer dizer com isso?


3. Quantos irmãos ele tem?


4. Quando ele poderá sair para passear?


5. De quem são os dois pezinhos que ele vê ao abrir um dos seus olhos?


6. O que aconteceu com seus verdadeiros pais?


7. Como ele e seus irmãos chamam a casa onde nasceram? Como era essa casa?


8. Onde ele mora agora?


9. O que ele quer dizer com “dá um desconto”?


10. Qual foi o primeiro nome dele e como ele é chamado agora?


11. O que sua dona faz que ele não gosta? O que ele faz para demonstrar seu descontentamento?


12. O que ele toma pela manhã?


13. Quantos anos ele tem?


14. O que ele gostaria de ser na próxima encarnação? Por que? O que ele mudaria?


15. O que você achou da leitura?


16. Encontre nas palavras abaixo os sinônimos para as palavras seguintes, de acordo com a forma que são compreendidas no texto:


afeição - caminhar - confortável - empilhados- escavação - hábito - incorporação - desejo - moleza - nascer - palha - responsabilidade - rostinho


Preguiça -

Raiar -

Passear -

Costume -

Sapê -

Amontoados -

Aconchegante -

Buracos -

Carinha -

Culpa -

Carinho -

Encarnação -

Vontade -


O que achou do texto? E do exercício? Deixe seus comentários.

O gabarito é de acesso exclusivo dos meus alunos, mas se você deseja obter acesso a ele, entre em contato.


> What did you think about the text? How about the exercise? Please, leave your comments.

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Fonte: Qdivertido.com.br - último acesso em 12 de maio de 2021 12:55




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